Simplesmente humanos

Eu piso na bola, tu pisas na bola, ele pisa na bola. Enfim, nós pisamos na bola. Mas na maior parte do tempo, eles pagam o pato. Já percebeu como é difícil pra qualquer um admitir o furo, o erro, a sua própria humanidade?

Somos humanos tentando viver como super-humanos. Adoramos criticar os filmes do Super Homem e da Mulher Maravilha por sua inverossimilhança, mas no dia a dia, é deles que nos travestimos. Somos aqueles que nunca erram, que nunca choram. Somos o supra-sumo do sucesso, com ideias sempre geniais, projetos sempre incríveis e momentos sempre espetaculares. Somos gente grande de capa e cueca sobre as calças.

Criamos em torno de nós mesmos muros intransponíveis. Dentro deles, escondemos quem verdadeiramente somos. E, do lado de fora, colocamos imensas telas de LED que projetam apenas nossos melhores momentos. Jamais imagens ao acordar, por favor. Apenas aquelas carregadas de purpurina.

Só que nem só de risos vive a humanidade. Nem só de sucessos. Nem só de verdadeiros amigos. Nem só de histórias incríveis. Nem só de happy ends. E assumir isso, e conviver com isso, e lidar com isso, é a coisa mais humana que existe.

Gente que é gente acorda com a cara amassada. Gente que é gente chora, e muito, quando algo ruim acontece. Gente que é gente tem mal humor. Gente que é gente fracassa enquanto amigo. Gente que é gente tem sim seus piores lados. Seu lados mais obscuros e, ao invés de tentar escondê-los, encara de frente a difícil missão de trabalhá-los (se assim achar necessário).

Como eu disse bem aqui, Páscoa também é libertação. Que tal aproveitar a data e libertar-se da capa que anda carregando por aí? Acredite: você vai tirar um peso imenso das costas!

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Esse post conversa com esse daqui, da Renata. Eu recomendo a leitura!

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