Pegando impulso

Às vezes a gente precisa olhar pra trás pra ter a certeza de que é capaz de ir ainda mais longe. Ou, como diz a Bíblia em Lamentações, a gente tem que trazer à memória aquilo que nos dá esperança.

Em outubro de 2009, ou seja, há 2 anos e meio, comecei uma batalha contra o meu peso. Na verdade, uma batalha em meu favor, em favor da minha saúde e da minha qualidade de vida. De lá pra cá, muitos desafios foram vencidos. Emagreci cerca de 35 kg, normalizei a minha pressão arterial, inseri a prática de exercícios físicos na minha rotina. Sem contar na maior de todas as emoções: cruzar, no último dia de 2010, a linha de chegada da Corrida de São Silvestre.

Os primeiros 25kg foram perdidos rapidamente, em menos de um ano. Os 10kg restantes foram perdidos lentamente até o ponto em que, em alguns momentos, eu cheguei a ganhar peso. Quem já fez dieta sabe que isso é perfeitamente normal. Existe o tal do platô, que é um ponto em que seu organismo se acostuma com tudo (dieta, exercícios, rotina) e simplesmente não emagrece. Existem os momentos em que a cabeça pira e impede o avançar do corpo. Enfim, engordar também faz parte do processo de emagrecer (por mais paradoxal que pareça).

Só que não é apenas isso que existe nessa história. Existe o cansaço, a ansiedade e, claro, a vontade de desistir de tudo e se afogar num pote de sorvete. Existe o fato de que a vida não pára porque eu estou de dieta, ou seja, os problemas, as tristezas, não deixam de acontecer por conta disso. Tampouco as desilusões, as decepções. Enquanto eu corro, literalmente, pra emagrecer, a vida corre acontecendo como tem que ser.

Nos últimos meses, me deixei afogar por um mar de questões e ansiedades. Perdi um pouco o foco e, muito provavelmente, a força de vontade. E o que antes era a meta maior ficou quase guardado na gaveta. Na mesma gaveta onde encontrei, essa semana, umas fotos antigas. Fotos onde os 35kg a mais se faziam presente.

E não fui só eu quem se assustou. Os meus colegas de trabalho, que não me conheceram nessa época, só conseguiram dizer: mas é outra pessoa! Olhando pra foto, pude dizer: é realmente outra pessoa. Uma pessoa que há muito tinha desistido de si mesma. Uma pessoa sem disciplina, sem foco. Uma pessoa triste, mas que ainda não havia encontrado a força necessária para mudar a situação e correr atrás de ser feliz.

Olhando aquela foto, daquela pessoa que um dia eu fui, peguei o impulso que precisava pra seguir em frente. Pra fechar o ciclo, precisei olhar pra trás e ter a certeza de que se cheguei até aqui, chego onde quiser. Decidi, enfim, que fecho o grande desafio da minha vida (pelo menos até aqui), ainda em 2012.

E é como eu sempre digo: se eu posso, você também pode. Não sou uma super-humana, uma mulher maravilha. Sou alguém de carne e osso que um dia resolveu dar um basta naquilo que a incomodava e seguir em frente mais leve (literalmente) e feliz. Talvez, você esteja assim como eu, precisando olhar pra trás e ver o tanto que caminhou até aqui. Pra ter a certeza de que, se quiser, pode chegar bem mais longe. E aí, simbora pegar impulso?

14 pensamentos sobre “Pegando impulso

  1. Querida da tia… é emocionante este seu post… preciso ajudar outras duas pessoas que amo a terem a coragem e empreenderem esta busca… vou já passar pro Alê e vou ler para a Maria.. quem sabe assim eles se animam!!!

    Mary Ju

    • Tia, fácil não é (como eu deixo claro no texto). São hábitos adquiridos durante anos q de repente precisam ser suprimidos. E q vez ou outra resolvem dar as caras. Mas batendo o pé, colocando isso como objetivo, a gente consegue sim. O importante é não desistir da gente mesmo! E é o q eu falo sempre: se eu tou conseguindo, todo mundo consegue! 🙂

  2. Oi Renata, estou retribuindo sua visita e de cara já me identifiquei muito com o texto! Essa batalha não é nada fácil, mas quando a gente olha pra trás e vê o que já conquistamos, é que gente entende que a caminhada que era cheia de pedras, também teve muitas flores no caminho. Parabéns pela sua dedicação, também quero chegar lá!

    • Milena, brigada pela visita! Sinta-se sempre em casa por aqui! E vc sabe bem o q ando passando, né? Mas ainda bem q, como vc mesma disse, nesse caminho tb encontramos flores! E no final, são elas q ficam na lembrança! 🙂

  3. Rê, também me emocionei com o seu texto. Como é bacana ver alguém realizando essa tarefa difícil de se livrar daquilo que lhe faz mal e, ao mesmo tempo, está tão arraigado em seu cotidiano. E isso vale prá tudo, né? Parabéns pela conquista. Seu texto me fez pensar em muitas coisas a que eu também sou apegada e que não me trazem nada de bom.

    Um beijo!

    • Renata, obrigada pela visita e pelas palavras. E é isso mesmo: por mais dolorido que seja, precisamos nos livrar do que nos faz mal pra seguir mais leve (literalmente!) e feliz!

  4. Depois do nosso papo no Twitter e complementando uma série de exames que estou fazendo, adotei uma dieta diferente da minha, com mais comida saudável. Ainda não tive peito pra encarar mais que 2,7 km de caminhada diária, mas estou no caminho.
    Valeu Rê. E pelo pouco que te conheço, não fiquei surpreso com a conquista. Fiquei surpreso que a força de espírito que você demonstra, se estenda ao corpo.

    • Weuller, fico feliz demais em saber q vc tb tá correndo atrás. É exatamente aquilo q conversamos pelo Twitter: precisamos cuidar mesmo da nossa saúde. 🙂 Qnto a força de espírito e corpo, não sei se tou nesse nível, mas um dia chego lá!

  5. Você é MESMO um exemplo! Porque o mais difícil não é tomar a decisão no começo, é tomar a decisão de continuar todos os dias, de persistir, de ter a paciência pra se chegar onde se quer. E isso eu ainda não aprendi. Espero que consigo agora, porque também estou correndo atrás de coisas muito importantes e inadiáveis na minha vida 🙂

    • Paula, concordo com vc. O grande problema de todos nós não é começar. É continuar. É fácil desistir. Mas como diz uma amiga minha, desistir é pra sempre. Assim, é melhor continuar caminhando, mesmo q devagar, do q parar. E no q precisar, conte comigo. Adoro impulsionar meus amigos! 😉

  6. Nossa Amiga, quando vejo você escrevendo aqui seu maior desafio eu me pego refletindo, porque não mudar de vida e ser igualzinha a minha irmãzinha, que Deus me deu de presente.. Sabe amiga… me orgulha fazer parta da sua história… e as vezes me pego perguntando, será essa a decisão que me faltava… mas também sou corajosa… mas não tão determinada as vezes… Mas como vc sita o texto de Lamentações, sobre a esperança, é assim que me sinto, cheia de esperança de conseguir.. e eu creio que vou… Mas saiba foi você uma das responsáveis pela minha decisão, mesmo que meio lenta…… Te amo…….

    • Amiga, é o q eu digo aqui e digo sempre: se eu posso, qq um pode! Assim como eu, vc tem o maior de todos os incentivadores: o Espírito Santo. Com Ele no seu time, vc pode TODAS as coisas! 🙂

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